sexta-feira, 6 de março de 2015

de de

O Menino do Pijama Listrado - John Boyne (Baú Literário)

"Qual a diferença, exatamente?... E quem decidia quem usava os pijamas e quem usava os uniformes?"



Antes de começar, quero dizer que este livro me fascinou, ele foi um daqueles que mesmo depois de terminado fiquei pensando por dias. Acho que o que me prendeu foi a inocência/pureza de Bruno e a leveza (não que a história seja leve, muito pelo contrário) com que o autor soube levar uma história tão triste.

O livro retrata a triste e dura realidade da época da Alemanha nazista pelos olhos de Bruno, uma criança de apenas 8 anos, inocente, que não fazia ideia do real significado do que estava acontecendo ao seu redor. É incrível como o autor conseguiu abordar um assunto/tema tão pesado de uma forma um tanto quanto mais leve da qual estamos acostumados - e não, isso não é algo negativo, pelo contrário, achei que essa foi a grande sacada do livro afinal Bruno era apenas uma criança, então é esse o tipo de narração que tivemos: um olhar um pouco mais infantil para um tema tão difícil. 

Outro ponto diferente/interessante - e positivo - foi o fato de Bruno (e sua família) serem alemães; geralmente quando falamos de segunda guerra mundial, pensamos logo nos alemães como vilões, e muitas vezes esquecemos que muito deles não concordavam ou simplesmente não tinham acesso a informações; no caso de Bruno as únicas informações que lhe eram passadas eram através de seu professor, que como dizia no livro, ensinava apenas as coisas mais banais, seu pai (já que a mãe vez ou outra se mostrava contra, mas em geral era submissa) que conforme a crença em que foi educado achava que estava certo buscar purificação da raça e os empregados que raramente abriam a boca ou expunham suas opiniões por medo.

Bruno (e porque não até mesmo Shmuel?) eram apenas um retrato de como o tema era percebido pelas crianças e pelas pessoas menos informadas, em ambos os lados da guerra.

Um livro muito profundo, triste, que é ao mesmo tempo terrível, incrível e muito emocionante. Que nos faz pensar em como as interpretações dos fatos sempre mudam de uma pessoa para outra.


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